quinta-feira, 7 de agosto de 2008

A favela

É o termo utilizado para retratar regiões urbanas que possuem um nível baixíssimo de qualidade de vida e cujos habitantes são pessoas de baixa-renda, possuindo assim um poder aquisitivo limitado – conjunto de moradias populares edificadas pelos próprios moradores com material grosseiro. As favelas cariocas são as mais conhecidas e surgiram por volta de 1900, na época da Guerra de Canudos. A cidade de Canudos foi construída perto de alguns morros, dentre eles o Morro da Favela, que recebeu esse nome devido à sua vegetação predominante, a favela, uma planta típica da caatinga, muito resistente a seca. Quando os soldados retornaram ao Rio de Janeiro, pararam de receber seu soldo (remuneração dos militares), com isso se instalaram provisoriamente em alguns morros da cidade, junto de outros desabrigados. A partir daí, os morros recém-habitados ficaram conhecidos como favelas, referente à “favela original”. O poder público só manifestou preocupação com a nova forma de moradia instalada informalmente na cidade carioca, em 1927, através de um plano urbanístico, o Plano Agache, que simplesmente previa o “embelezamento” do local e não a integração social e a qualidade de vida dos moradores. A propagação de favelas pelo Rio de Janeiro se deu desde a criação da primeira, e ao longo do tempo foi se espalhando pelo Brasil.Esta multidão de excluídos da sociedade urbana e rural, quando chega a cidade, procura ocupar os espaços que encontra vazios. E, por outro lado, a cidade grande não tem condições para receber tanta gente. Qualquer lugar serve para a construção do barraco: encostas de morro, terrenos baldios, alagados, embaixo dos viadutos e pontes, margens de riachos. Os barracos já nascem velhos. São feitos com sobras de qualquer material. Tudo serve para a construção: zinco, latas, papelão, tábuas e caixotes.
As favelas cariocas são tradicionais. Algumas têm mais de cem anos. O barracão ficou famoso na música popular com Orestes Barbosa e o “Chão de Estrelas”.
A porta do barraco era sem trinco Mas a lua furando nosso zinco Salpicava de estrelas nosso chão...
Ou com “Barracão” de Luís Antônio e Oldemar Magalhães:
“Barracão de zinco, tradição do meu país. Barracão de zinco, Pobretão, infeliz.”

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